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As concepções eugénicas nas pesquisas médicas brasileiras, alemãs e portuguesas sobre as tripanossomíases humanas no início do séc. XX

No início do séc. XX, a Tripanossomíase manifestou-se de formas diferentes em dois continentes: como doença do sono, na África, e como doença de Chagas, no Brasil. Porém, os debates médicos mostram características parecidas em ambos os casos: enquanto doenças que atingiram principalmente as classes baixas, no Brasil, e as populações autóctones, na África, os discursos indicam a imagem hegemónica do “outro” criada por médicos e antropólogos pertencentes à elite brasileira e aos poderes coloniais europeus. Através da comparação dos discursos brasileiros, portugueses e alemães acerca destas doenças os respectivos conceitos identitários, baseados em ideias de “raça”, de género e de classe, serão analisados levando-se em consideração que os discursos brasileiros e os colonialismos português e alemão tenham sido baseados em diferentes conceitos “raciais” e, consequentemente, pronunciado por distintas demarcações sociais: ideias de segregação na Alemanha, de assimilação em Portugal, e de “degeneração” e de “branqueamento” no Brasil. O objectivo do projecto é, através da investigação acerca destas colaborações médicas internacionais, inquirir o impacto deste espaço discursivo transnacional nos respectivos conceitos identitários supracitados, assim como as suas repercussões nas demarcações e segregações sociais nos três países. Assim, a influência da participação brasileira em discursos “brancos” europeus às constelações de in- e exclusões sociais brasileiras será analisada.

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